quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Na Vila famosa, a poesia diversa do Politeama

Barbara Leite, aniversariante Politeama, apresenta o sarau diverso...

Terça-feira, 19. Tipo 19 horas, rua do Triunfo, Luz.

- A pé, não!

E o Fernando resgata lá da Fundão, o fusquinha salvador.

Mansa rota de fuga. Drible no trânsito. E Vila Madalena.

Quanto tempo, meu Deus! Tenho lembrança da Vila Madalena de quando havia os campos do Leão do Morro, 7 de setembro, 1º de Maio. Prédios de moradias chegando.

Isso é preocupante!

Já fui bom nisso. Fradique Coutinho e quebradas. Bares em profusão.

Botequim da Villa receptivo. Bárbara. Barbara Leite aguarda os convidados.

Poesia e música. Declamações e improvisos. Estamos todos poetas a saudar o terceiro aniversário do Politeama – sarau diverso – em nova casa.

A história começa no Miscelânea Cultura, o sarau da flores. E nem tudo são flores. E as lembranças são ricas e vivas desde o Clube Santa Cecília.

O principal, sempre, é o que a Barbara diz:

“Amigos reunidos celebrando a criação do outro. Ouvidos atentos e coração aberto.

Uma grande festa. Que passou pelo quarto de Marco Vilane, pela cozinha de Blau, pelo quintal de Beto Vasconcelos, pela varanda de Rafael Leite e pela sala de Tiago Rocha.”

Aniversário é dia de recordar. De todos. Os de breve ou média permanência. Quem veio e marcou presença, o esquecido.

Sobretudo confraternizar com aqueles que durante os anos mantém o astral. Ritual poético que se repete todas às terças-feiras de cada mês.

“O que nunca muda são nossas premissas: Gentileza e atenção.”

Essa é a pegada do Sarau Politeama, na Vila famosa.

Residência e resistência, versos em vigília, arte permanente.

- Não, Lids. Cerveja, não! Suco de laranja. Sem gelo!

- Que maré!

Mas, deixa correr. No próximo encontro vou saborear da cerveja, o copo cheio.

Transbordante criação.

Músicos, tragam os instrumentos! Poetas, a voz. Convidem os amigos! Nos vemos lá!

POLITEAMA – sarau diverso –
Botequim da Villa
Rua Fradique Coutinho, 1346 – Vila Madalena
(Entre a Purpurina e Wisard)
Toda terceira terça-feira de cada mês
Tel: 3926-2979

http://www.botequimdavilla.com.br/
Blog: http://politeamasarau.blogspot.com/
Orkut: http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=37399427

Fica, de Barbara Leite, o poema Ainda Agora.
As fotos saíram o melhor que pude,
mas, os versos que as legendam, são lindíssimos...

Ela brincou de dor debaixo da chuva

alimentou-se das gotas dos temporais

olhou seu corpo e encontrava-se nua

vestida apenas com seus somados ais

Brincou de cabra cega com o passado

usou a venda nos olhos como amuleto

tateou e experimentou sabor amargo

saturou-se de brincar de ser brinquedo

Restos de lágrimas molhavam seu colo:
-É tarde,
mas ainda é agora!

E brincou de roubar coroas dos reis

reaprendeu a ser nua com estranhos

recomeçou a brincar de era uma vez

ignorando teses do seu olhar castanho

Restos de sorrisos enfeitavam seu rosto:
-É tarde,
Mas ainda é agora!

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