sábado, 23 de outubro de 2010
Sonia Santiago na oficina do mestre Marcelino
Na voz do povo, a voz de Deus. Tremenda rouquidão, senhor!
O escritor pernambacana Marcelino Freire viajou na semana passada pra terra natal. Está de volta e teremos às 14 horas a nossa derradeira aula de sua oficina.
Estarmos reunidos foi bom. Tomara outros encontros como esse aconteçam. Comungar a palavra.
Eu me lembro de um sofá...
Choveu a noite inteira
O dia amanheceu com uma cara feia
Seria assim o dia inteiro
As duas crianças sentadas no sofá
Um grande cobertor as cobria
Sentadinhos, enroladas, vendo tv
O seu desenho preferido
Comendo a sua pipoca
De repente viam uma perereca
Parecia um sapo cururu
Levantaram-se rápido
Começaram a correr
De um canto para o outro,
Não sabia se eram eles,
Ou a perereca que pulava mais.
Até que ela sumira, tudo voltou ao normal
Alguém lembrou que ela
Poderia estar embaixo do sofá
E o levantaram, e lá estava ela
Com o suso, soltaram o sofá,
Eu caiu em cima da pobre perereca
Eu parecia um sapo cururu
Pulava como pipoca
Morrera esmagada
Por um pé de sofá
Por causa de duas crianças medrosas
Exercícios de Microcontos
Quebrou seu pranto
Aliviou sua alma
Chorou de alegria
Gemeu a sua dor
O frio dói, dói
O corpo corroi
O sorriso amarelou
O poeta se foi
Fui, logo voltei
O pano rasguei
Lá fora te esperei
A lua encontrei
Manipulei seu medo
Nesse tédio me achei
Corri no seu cansaço
Abracei-me no seu lço
Achei-me na incerteza
A beleza de outrora
Feriu o rosto com o beijo
Tocou o mar com o seu olhar
Sem vergonha de chegar
Foi...
Abre a janela sem tramela
Seu olhar distante
Caminhando fugiu
Sua ironia surgiu
Ao chegar abriu a porta
O relógio parou
Jogou-se no sofá
Tocou a campainha
No quarto escuro te achei
Ao brilhar te perdi
Ao longe estou perto
Ao perto estou longe
Segurar sua mão
Tocar o violão
Aqui estou
Na ponta do pé
Sem vergonha ela se foi
Passo, ao acaso
Oficina de Criação Literária com o escritor Marcelino Freire
Apoio: Instituto Artemanha de Teatro
Estrada do Campo Limpo, 2706 - Campo Limpo
Organização: Projeto Mapa da Poesia/Poiesis
Fone: 3331-5549, com Cris, Lids ou Marco Pezão
Ditos populares (origem)
A origem da palavra "toa" vem do inglês tow.
Toa é uma corda usada por um barco para puxar outro.
Os grandes navios são rebocados por pequenas embarcações e esse cabo reboque recebe o nome toa.
Enquanto os navios são puxados pela toa, os marinheiros ficam sem nada para fazer.
Desde o século XVII, os portugueses deram a esse procedimento um sentido figurado "andar a toa".
De boa...
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Augusto na oficina do mestre Marcelino

Juntos, estamos curtindo duas oficinas neste mês de outubro, no Campo Limpo, aos sábados à tarde, no Instituto Artemanha de Teatro.
Mestres: Marcelino Freire e Lucia. Criação Literária e Livros Artesanais, do Projeto Dulcinéia Catadora.
Poeta bem comportado. Fez o dever de casa.
MICROPONTOS
(mó barato!)
TESÃO
...enfim; casou-se com aquela bunda.
NOTÍVAGO
vinha todo dia à meia noite.
POLITEÍSTA
'padre, fui eu que matei a galinha preta na sexta...'
ECODEFESA
'respeite minha natureza, machado.'
EX-FAMOSO
'ela não quer me ver nem na tv.'
NOVO EMPREGO
com um litro de pinga, sentou na calçada.
dali não saiu e nem quis mais nada.
LITÍGIO
perdida a causa, o advogado
bebeu tudo o que tinha direito.
LUTHER KING NA PADARIA
' eu quero um sonho.'
MUDERNAGEM AO TELEFONE
'e minha vóinha?'
'tá bem. tá com um bode novo...'
DESQUERIDO
veio de um buraco. da camisinha.
PERDIDO
a caminhada não deu em nada.
lá não estava a amada.
VIAGEM
foi ao rio pra ver o mar.
CASAS BAHIA
'vai pagar quando?'
UM MISERO PEDIDO
'quero dentes. depois o pão.'
COMÉRCIO VERDE
'vendo paisagens à vista'
METIDA
não dava pra ninguém
CORNO
'quer que eu saia, môzinho?'
UMA FERA
o controle sem pilha e o canal na novela.
OLHEIRO
da lagem ganhava a vadiagem.
PÉSSIMO DIA
quando acordou na sala,
tudo em volta ardia em chamas.

Exercício: eu me lembro de um cheiro
lembro do seu cheiro
e me sinto inteiro
encharcado de saudade
a boca enche de gosto
e volto pr´aquela tarde
(era julho ou agosto?)
em que te fui oito sentidos
e toda a nossa libido
desembocou num motel.
paredes cobertas de mel
e o forro da cama no chão.
a minha ereção
entrou em erupção
sobre você.
e ali mesmo do quarto
o período foi renovado.
na saída podemos ver
que o céu tinha mudado...
são essas lembranças que guardo
no salão nobre da minha mente:
o nosso querer fremente.
o seu cheiro de presente.
a saudade de uma mulher
e aquele céu-café
escuro e quente.
Oficina de Criação Literária com o escritor Marcelino Freire
Apoio: Instituto Artemanha de Teatro
Estrada do Campo Limpo, 2706 - Campo Limpo
Organização: Projeto Mapa da Poesia/Poiesis
Fone: 3331-5549, com Cris, Lids ou Marco Pezão
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Na Vila famosa, a poesia diversa do Politeama
Terça-feira, 19. Tipo 19 horas, rua do Triunfo, Luz.
- A pé, não!
E o Fernando resgata lá da Fundão, o fusquinha salvador.
Mansa rota de fuga. Drible no trânsito. E Vila Madalena.
Quanto tempo, meu Deus! Tenho lembrança da Vila Madalena de quando havia os campos do Leão do Morro, 7 de setembro, 1º de Maio. Prédios de moradias chegando.
Isso é preocupante!
Já fui bom nisso. Fradique Coutinho e quebradas. Bares em profusão.
Botequim da Villa receptivo. Bárbara. Barbara Leite aguarda os convidados.
Poesia e música. Declamações e improvisos. Estamos todos poetas a saudar o terceiro aniversário do Politeama – sarau diverso – em nova casa.
A história começa no Miscelânea Cultura, o sarau da flores. E nem tudo são flores. E as lembranças são ricas e vivas desde o Clube Santa Cecília.
O principal, sempre, é o que a Barbara diz:
“Amigos reunidos celebrando a criação do outro. Ouvidos atentos e coração aberto.
Uma grande festa. Que passou pelo quarto de Marco Vilane, pela cozinha de Blau, pelo quintal de Beto Vasconcelos, pela varanda de Rafael Leite e pela sala de Tiago Rocha.”
Aniversário é dia de recordar. De todos. Os de breve ou média permanência. Quem veio e marcou presença, o esquecido.
Sobretudo confraternizar com aqueles que durante os anos mantém o astral. Ritual poético que se repete todas às terças-feiras de cada mês.
“O que nunca muda são nossas premissas: Gentileza e atenção.”
Essa é a pegada do Sarau Politeama, na Vila famosa.
Residência e resistência, versos em vigília, arte permanente.
- Não, Lids. Cerveja, não! Suco de laranja. Sem gelo!
- Que maré!
Mas, deixa correr. No próximo encontro vou saborear da cerveja, o copo cheio.
Transbordante criação.
Músicos, tragam os instrumentos! Poetas, a voz. Convidem os amigos! Nos vemos lá!
POLITEAMA – sarau diverso –
Botequim da Villa
Rua Fradique Coutinho, 1346 – Vila Madalena
(Entre a Purpurina e Wisard)
Toda terceira terça-feira de cada mês
Tel: 3926-2979
http://www.botequimdavilla.com.br/
Blog: http://politeamasarau.blogspot.com/
Orkut: http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=37399427

As fotos saíram o melhor que pude,
mas, os versos que as legendam, são lindíssimos...

Restos de sorrisos enfeitavam seu rosto:
-É tarde,
Mas ainda é agora!
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Lance de gol
contemplativo beijo de gol.
(O autor do gol é o Neca. O jogo aconteceu na 1ª fase do 7º Campeonato Municipal Masters 45, 2007, no campo do Guaciara, em Taboão da Serra, quando o Jovens Garotos goleou o Palestra em 9 a 0).
Vivendo poesia, com Hugo Paz!
Os recitais da região central trouxeram proximidade e o diálogo passou fluir. Na poesia buscamos refúgio, trincheira de entendimento e disparo.
Solano Trintade é o poeta de igual gosto. Acordos e desacordos fazem parte da jornada. O mais importante é que estamos ao lado, lutando a mesma batalha.

Hugo - Hugo Rodrigues Silva Paz, solteiro, 23 anos, bairro Rio Pequeno, Butantã.
Pé - Qual a profissão? Trabalha com quê? É formado? Estuda?
Hugo - Funcionário público. Trabalho num biotério, manuseio de animais para pesquisas cientificas, tais como: ratos, camundongos, suínos, coelhos. Fiz o 1° semestre de biologia e não concluí a faculdade.
Pé - O time do coração?
Hugo - Marah Mends. Meus pais. Literatura e cultura.
Pé – Participou de antologias?
Hugo – Sim, duas em 2009. Antologia dos Poetas Brasileiros, pela Câmara Brasileira Dos Jovens Escritores, do Rio de Janeiro, edição 54. E o projeto literário Delicatta VI, de contos, crônicas e poesias, da Editora Scortecci, em São Paulo.
Pé – Tem livro publicado?
Hugo – Sim. Dois nesse ano de 2010. São eles: Minhas Eternas Poesias, da Editora Scortecci, de 64 páginas. E Poesias Da Verdade, pela Scortecci, com 76 páginas.
Pé - Participa ativamente de algum sarau ou grupo? Como e quando começou o envolvimento, o local?
Hugo - Participo de alguns saraus pela cidade: Sarau da Biblioteca de São Paulo, Sarau do Rap, Sarau da Galeria Olido, Sarau da Casa das Rosas, Sarau Suburbano Convicto, Sarau na Casa Mario de Andrade, Sarau do Metrô, e outros que visito.
Comecei a freqüentar saraus no ano de 2006, quando no meu bairro inaugurou uma ONG com projetos culturais.Treme Terra, com cursos de capoeira, orquestra de berimbau, percussão... Ali começou a rolar o Sarau do Treme Terra. E foi daí que passei a conhecer e frequentar saraus.
Pé - Garantir o próprio sustento através das criações literárias, da palavra, venda de livros, é utópico?
Hugo - Por um lado, sim. Até, porque, se for fazer uma análise de como a nossa sociedade encara a cultura? É meio utópico, sim. Precisa ter muito pulso de ferro para dizer que se vive de literatura neste país.
Pé - Você tem conhecimento e como você avalia os incentivos dados pelos governos em prol da cultura na periferia?
Hugo – Bom, pelo que posso ver, o governo está querendo mostrar suas asas para dizer que está fazendo algo. Mas, muitos não têm oportunidade de publicar e lançar seus projetos e até desistem. De outro lado, o movimento cultural nas periferias está aumentando gradativamente, e isso é muito bom. Quanto às bolsas de incentivo à cultura, é interessante; porém, acho que precisa ser revista em alguns conceitos. No meu ponto de vista, a cultura não tem que ser concorrência e, sim, fortalecimento pessoal e social. Nossa sociedade já concorre com ela mesma. Acho que não precisaria haver isso na cultura. A pessoa que pensa em fazer cultura, ela pensa em melhorar e construir um país melhor. E, enquanto não acabar essa tal concorrência, nunca iremos melhorar o lado cultural.
Pé - Como a poesia passou a fazer parte da sua vida?
Hugo - A partir do momento que ela me fez enxergar a realidade com outros olhos. Com a palavra e o papel, sua revolta não fica muda. Ela ganha força, argumentos. E os saraus, na sua importância, me deram essa força que eu precisava dentro de mim.
Pé - Qual seu autor preferido?
Hugo - Solano Trindade, pela simplicidade. E, Ferreira Gullar, com seus textos sobre a problemática social. Não tenho muita paciência com poesia melosa. Afinal, temos que encarar a tal realidade de frente. Poesia romântica só pra minha noiva. Às vezes escrevo e publico coisas românticas em homenagem a ela, Silmara, que foi quem me incentivou a escrever.
Pé - Como você vê o atual movimento poético? A quantidade de saraus espalhados por Sampa?
Hugo - Em relação à quantidade é ótimo. Mas, em questão de qualidade, ainda deixa a desejar. Em alguns saraus você não pode fazer lançamento de livro. Outros têm aquela famosa guerrinha de egos. São fatores que chateiam e mostram falta de amadurecimento.
Pé - A literatura está a serviço do social? Ela pode influenciar o país politicamente?
Hugo – Os bambas sabem que ela é influente, e não lutam pra 'fazela' deslanchar. Não é interesse deles. Imagine só, se um político vai incentivar a cultura? Para eles, se o povo não tiver conhecimento, não irá reivindicar seus direitos.
.
Pé - Recentemente tivemos a Bienal Internacional dos Livros, comente o fato de não termos nenhum estande dedicado aos escritores e poetas anônimos da chamada literatura marginal?
Hugo - Bem ridículo, né? Quando a tal de Regina Duarte se apresenta, parece um monte de urubus na carniça. Agora, quanto aos escritores e artistas que não estão com a cara na mídia? Nem dão bola. Na verdade, estamos numa falsa democracia! Percebi, que, os saraus na Bienal com linguagem mais critica e realista, as pessoas nem se importavam muito. Agora, quando era aquela coisa mais moderninha, cheia de frescura, enchia o estande.
Pé - O comentário que fica?
Hugo – Agradeço a oportunidade de poder conceder esta entrevista. Eu gostaria que as pessoas que lutam pela arte tivessem mais espaços acessíveis. Comecei a montar um projeto que se intitula Sarau nas Escolas. Consegui uma escola no bairro do Butantã, este ano, e tenho fé que conseguirei outras escolas.
Gostaria de ironizar os tidos intelectuais, sabichões, professores que acham que sabem demais e querem diminuir nosso movimento nas periferias, de linguagem e temática mais pesada. Que essas pessoas viessem presenciar nossa realidade, só para elas terem uma noção do que a gente passa. Mas, graças a Deus, existem os poetas da literatura marginal. Eles tornam a nossa poesia uma grande conquista.
Peito de aço
No meu peito de aço
Não entra a bala perdida
Do desgosto.
No encosto
Da relva
No calabouço primário.
A secundária vitima
Da desordem conturbante
Dos irrelevantes e palpitantes.
No meu peito de aço
Não entra a bala perdida
Da ironia.
A fazer apologias
Ao desrespeito mutuo
Com o discurso
Da falsa vitória.
No meu peito de aço
Entra a bala certa.
Perfura meu coração enlatado
Contempla-me com louvor
Com amor
Com a palavra da verdade.
No meu peito de aço
Entram as balas da coragem!!!
terça-feira, 19 de outubro de 2010
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
O novo Mapa da Poesia está em andamento
O Mapa da Poesia é um projeto da Poiesis – Instituto de apoio à Língua, à Cultura, à Literatura – que visa conhecer e estabelecer contatos com os Saraus e seus poetas, hoje espalhados pela cidade e grande São Paulo.
São muitos a conhecer. Estamos buscando e o número chega a 100 pontos de encontros, no centro e periferia, em sua maioria transformando bares. O Michel, do Elo da Corrente, diz: Sai litro entra livro!
A periodicidade varia de semanal a mensal. O Binho, do Sarau, me falou: Faz uns três meses que toda semana alguém pede pra lançar o livro lá.
Os recitais ganham vida nas comunidades. E é importante na comunidade dos escritores. Os principiantes, os anônimos, como meio de difusão.
Participar ativamente do atual movimento poético é o objetivo do Mapa da Poesia.
Levar oficinas literárias ao interessados, sem custo algum. Contribuir na feitura de fanzines. No transporte de saraus. Incentivar a leitura através de doações de livros. Promover palestras. Criar novos recitais a fim de exercitar a poesia falada e escrita.
O importante para nós é mantermos diálogo em busca de aprendizagem mútua. Registrarmos esse momento valioso de procura. Da literatura ganhando corpo e fazendo seu papel.
Um novo roteiro impresso está sendo preparado, com informações de cada sarau existente. A divulgação propõe facilitar o intercâmbio de poetas, público, e fortalecer o convívio entre realidades diferentes.
O Mapa da Poesia organiza os seguintes saraus:
Sarau do Metrô, toda última terça-feira de cada mês na estação Santa Cecília do Metrô, das 18h às 19h30.
Sarau na Casa Mário de Andrade, toda segunda sexta-feira de cada mês, das 19h30 às 21h30, na Casa Mário de Andrade, à rua Lopes Chavez, nº 546, na Barra Funda.
Sarau da Biblioteca de São Paulo, todos os sábados, das 16h às 18 horas, no Pq da Juventude, na estação Carandiru do Metrô.
Nosso comprometimento com a poesia não é bolha de sabão solta ao ar. É, sim, aragem e cultivo da semente. E, para tanto, estamos dispostos, sempre, a nos renovarmos em forma, estilo, e florescimento.
Marco Pezão
Coordenador
Projeto Mapa da Poesia/Poiesis
Rua do Triunfo nº 301/305 - Luz
Fone - 3331-5549 - com Lids, Cris e Marco Pezão
domingo, 17 de outubro de 2010
Binho na oficina do mestre Marcelino
Nossa amizade vem de antes. Lembro de quando o revi, pela primeira vez, depois de sua viagem à Europa. Faz tempo.
Montou uma lanchonete em frente ao Colégio Kennedy, cuja especialidade eram pasteis. Na década de 80, creio. Recheio sem miséria e atendimento. Logo ganhou público e destaque na quebrada.
Num sábado fui com a patroa em busca da iguaria e o encontro circulando entre a frequencia. Sempre inventivo. Enormes seios de borracha sobre o avental.
Tremenda humana figura, o poeta Binho.
Hoje, em outro local, ao lado da Uniban, a qualidade do pior pastel de São Paulo permanece. Melhorou. É onde às segundas-feiras acontece o recheado sarau.
E ele nos dá o prazer da companhia na oficina do mestre Marcelino Freire, nas tardes de sábado.
Seguem os exercícios que estão compondo nosso ecológico livro .
Exercício: Eu me lembro de uma língua
Uma língua me levantou, uma língua naativa, uma língua babosa, de movimentos incontroláveis, de um vai e sobe de um desce e vem , nessa tarde gostosa , Olhei para os lados, pro céu, ninguém se metendo, ainda, Ela muito à vontade na lambeção, eu todo mole e muito duro por debaixo dos panos, ela de quatro ,como de costume, com muito leite pra derramar,
Por algum motivo ela apartada dos seus. E a cerca entre nós, sim havia uma cerca entre nós, talvez mais de uma.
Exercício: Microcontos
colocou grade em tudo
trancou portas e janelas
só esqueceu de desligar a TV
CRIMINHO
o tiro pegou quase de raspão
se não fosse o quase
inda taría vivo
Apoio:
Instituto Artemanha de Teatro
Estrada do Campo Limpo, 2706 - Campo Limpo
Organização:
Projeto Mapa da Poesia/Poiesis
Fone: 3331-5549