sábado, 9 de outubro de 2010

Sônia

Em saber-te longe bate saudade.
Embora seja também desgosto,
Que é contrário ao meu gosto;
Quero aninhar-me em teus braços.

Luzes de ponto sem fim.
Estrada dentro da noite.
Noite que há dentro de mim.

A esperança nasce morta.
Eu nessa vida torta.
Esqueci a chave da porta.
Sem você nada importa.

No mundo adverso das grades.
Liberdade proibida.
Passado ata nó que não desato.
Presa, sou teu prisioneiro.

Eu sinto algo delicioso,
Que germina com intensa fúria.
Mas, você, ao lado do meu lado carente,
Simboliza o vazio.

Força contrária que me amordaça.
O meu nada ter, o muito a oferecer.
Mais sinto que a amo,
Mais sinto que a perco.

Da paixão você conheceu a dor.
Arma usada pra maltratar o meu amor!

Marco Pezão

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Pessoas mensageiras da poesia

Poeta é poeta, independe da hora e ocasião. No convite ao Sarau na Casa Mário de Andrade, postado quarta-feira, o Carlos Roberto Bueno remeteu a poesia abaixo em forma de comentário.

Este blogueiro ficou lisonjeado e aqui expressa seu agradecimento.

Pessoas mensageiras da poesia

Você que traz bandeiras dos poetas
e recebe poemas de portas abertas,
transmite mensagem tão positiva,
e divulga o amor com voz tão ativa.

Você que traz bandeiras das poetisas,
recebe poesias como sente a brisa,
você que é alguém assim tão capaz,
e pretende envolver o mundo na paz.

Você anda acompanhada de anjos,
cada palavra sua leva a confiança,
conduz qual maestria belos arranjos.

Você que motiva alegria e bonança,
e inspira o amor a tantas pessoas,
abençoada é por inspirar esperança.

Carlos Roberto Bueno

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Poeta Marcelo Tápia no Sarau na Casa Mário de Andrade!






















Arlequinal!


Palestra com o professor e poeta Marcelo Tápia.


Modernismo e os bambas da época.

Cara! Já se vão quase 90 anos!

Venha dar voz a um poema! Microfone aberto!


Nesta sexta-feira, 08 de outubro, das 19h30 às 21h30.


Rua Lopes Chaves nº 546, Barra Funda.


(próximo à estação Marechal do Metrô)


Organização: Projeto Mapa da Poesia/Poiesis


Informações no 3331-5549, com Cris, Lids ou Marco Pezão

É só chegar pra ser bem-vindo!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Oficina do escritor Marcelino Freire é arte, manha.

Entre nós, o considerado escritor Marcelino Freire.

Curtição. Como se a conversa fosse ao pé de ouvido. Ideia. Muita ideia.


Marcelino Freire começou sua oficina de Criação Literária, no Instituto Artemanha de Teatro, no Campo Limpo, sábado, 2.


Os próximos encontros acontecem nos sábados 9 e 23, das 14 ás 18 horas.

Quem quiser participar ainda dá tempo.

O endereço é Estrada do Campo Limpo, 2706: lidsramos.poesia@poiesis.org.br

Estivemos em doze pessoas saboreando a palavra. E a forma como foi dita estimula criação. Os mistérios da palavra. Caminhos, toques, e armadilhas.

Significativo também é estar ao lado de poetas e artistas da periferia, num momento diferente daquele em que normalmente nos encontramos. É sempre num sarau, na correria.

Esse contato é bom. Nos aproxima. E o que é melhor. Vamos estar num livro construído por nós. Fruto da nossa produção literária.

A oficina do projeto Dulcinéia Catadora acontece nos dias 16 e 30/10, também das 14h às 18 horas, e a Lúcia, pintora, poeta, vai estar dialogando importâncias e editando conosco os escritos.

Cada qual vai ter o seu livro. Igual e diferente um do outro!

E o Marcelino sugeriu que o mote para o livro tivesse conotação geral.

Bilhetes Únicos (Direto ao ponto) é o tema.

Bilhetes Únicos no que se refere à circulação dos ônibus. Seu leva e traz de todo dia. Mas, também, na forma concisa de expressão (Direto ao ponto).

O outro exercício de casa estimula lembranças individuais. A partir da frase escolhida cada qual cria seu texto. Foi proposto:

Eu me lembro de um espelho
Eu me lembro de uma covardia
Eu me lembro de uma distância
Eu me lembro de um rio
Eu me lembro de um velório
Eu me lembro de um beijo
Eu me lembro de um olhar
Eu me lembro de um cheiro
Eu me lembro de um motel
Eu me lembro de um ET
Eu me lembro de um planeta
Eu me lembro de uma luz
Eu me lembro de um não
Eu me lembro de uma língua

Escolha uma das lembranças e senta o dedo no teclado. Os dois exercícios serão apresentados sábado (9). Por favor, levem cópias dos trabalhos.

Maior gesto. O pernambacana Marcelino se dispôs a ler e comentar outros textos e poesias dos participantes.

Os microcontos também foram tema da aula. Até sete palavras pra contar a história. É ali na essência. Haxixe. A imaginação vai longe.

Seguem os microcontos apresentados:

QUANDO ACORDOU,
O DINOSSAURO AINDA ESTAVA LÁ. (Augusto Moterroso)

SEM TÍTULO
Vende-se: sapatos de bebê,
nunca usados. (Ernest Hemingway)

SEM TÍTULO
Caiu da escada
e foi parar no andar de cima. (Adrienne Myrtes)

ARRUDA
- Se for o capeta,
diz que eu tô no banho. (Andréa Del Fuego)

SEM TÍTULO
- Diz que me ama.
- Aí é mais caro. (Beto Villa)

SEM TÍTULO
Uma vida inteira pela frente.

O tiro veio por trás. (Cíntia Moscovich)

SEM TÍTULO
- Lá no caixão...
- Sim, paizinho.
- ... não deixe essa aí me beijar. (Dalton Trevisan)

CONFISSÃO
- Fui me confessar ao mar.
- E o que ele disse?
- Nada. (Lygia Fagundes Telles)

OLFATO
Se é índio ou mendigo,
Só queimando para saber. (Luciana Penna)

UTI
- Quem mandou você puxar o fio?
- ... o vovô. (Felipe Valério)

ELVIS NÃO MORREU
- Então, me vê dez gramas. (Samir Mesquita)

SEM TÍTULO
De mim ninguém mais ri.
Esse, pelo menos, não. (Max Aub)

MAS


é limpinha. (Francisco Alvim)

Vou-me suicidar
e já volto. (Paulo Leminski)

STOP

A vida parou
Ou foi o automóvel? (Carlos Drummond de Andrade)

Podia ser muito feliz
se não fosse infeliz.

*

Ah quem me dera um vestido
que me queimasse. (Adília Lopes)

estou começando a perder
o medo que tenho das pessoas

já pego na mão
da minha namorada (Nicolas Behr)

O cágado.
*
A rua ruim de novo.
*
- Ladrão, vem cá. (Alguns inícios de contos de João Antonio, do livro “Abraçado ao meu rancor”).

Maior satisfação estarmos juntos...


Organização
Mapa da Poesia/Poiesis

Apoio
Instituto Artemanha de Teatro