quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Dugueto leva oficina de rap na Vila Fundão

Conheci a quebrada via Sarau da Vila Fundão, que, com elegância, neste mês, completa resistência de três anos.

Na foto, o dj Formiga ensina o tempo dos acordes. O Espaço Nego Du é projeto cultural do Periferia Ativa, que conta com o apoio do Mano Braw e do escritor Ferrez.

Crianças e adolescentes acompanham a visita do poeta Dugueto no exercício de sua oficina, de rap.

Ritmo e poesia não é acaso...

De um a oito a rima conta...

E a vida ensina a dança.


Oficina de Ritmo e Poesia com Dugueto

Apoio: Sarau da Vila Fundão e Mapa da Poesia/Poiesis

Sarau da Casa completa um ano!

Perfil próprio.

Primeiro, dois poetas são entrevistados.

Depois, abre-se o sarau ao público.

Então, músicos e canções fecham o encontro mensal, na Casa das Rosas.

Um ano.

No próximo dia 20 de novembro, os convidados serão Annita Costa Malufe e Marcelo Montenegro.

A multiplicidade da poesia reunida num bate papo. Proveitoso aos ouvidos de quem se interessa.

Ouvidos que não vão embora sem o instrumental. O Azure! Jazz e blues das décadas de 1930 a 1960.

E quem não vem, perdeu.

Em 16 de outubro estiveram na casa: voz e violão. Linguagem musical de gatoNegro Duo: Natalia Mallo e Ramiro Murillo.

E os poetas: Andréa Capróta e Reynaldo Damazio.

pão e circo
Andréa Catrópa
lá fora o sol
arde
banhistas
se afogam
miniputas
pedintes
ralam
espremem a fruta
até o bagaço

turista atônita
não menti
não tenho
trocado
não guardo
pães e biscoitos
no armário

o que está
em jogo
a minha
a sua
dignidade
em trapos
lançados
como fera e cristão
neste asfalto


COÁGULO
Reynaldo Damazio

mesmo que as margens do discurso se percam
entre nevoeiros de publicidade e palanques de ocasião
uma palavra sempre se desgarra e cobra sua presença

no escuro da quebrada, na blasfêmia do fodido,
no chamado da mãe que se desespera, na saudação
do maluco que sabe de alguma beleza secreta

essa palavra vai se tornando um coágulo e segue
indiferente a poderes, vaidades, moedas, o caminho
da contaminação, alucinando o trabalho dos dias


Boca pronta pra declamar poema, participe!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

A quem eu chamo rosa

Descobri em ti formosura. O desabrochar da flor...

A paixão, cada dia passado, toma forma. Em meu julgar radiante. Gotas de chuva, em mim, são lágrimas; a ti agraciam tuas pétalas. Espinhos são acúleos e não te ferem. Protegem...!

Não padeces e projetas imensidão. Rompes delírio e triunfas raios de sol...

Reconheces minha admiração e não se atém. Conhecer a si mesma é aventura. Teimo em conquistá-la e sou mais um a amparar tua beleza...

Pertences ao mundo, ó jovialidade. Sonhos. Em dividir atenção atendes; e clama em favor da natureza. E tudo, o todo a passar...

Eu somente outro enamorado espectador do teu encanto...


Possuo e não há tenho. Sublime momento quando o pólen germina aurora. Estás pronta. És plena...

Em revoada os pirilampos. Um aqui, outro acolá, contra meu desejo; lumes se apagam mais rápido que lento...

Perfeita magnitude, também sombras invadem...

Altiva, aceita o sorriso entristecido...

E, por fim, soma à morte; real composição do tempo...

Em mim, a verde folha vive quanto mais...


À espera, talvez, do renascer...

A quem eu chamo rosa....

(Pra Otília, pois dela um ramo outro fez a criação)

domingo, 31 de outubro de 2010