terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Episódio 6

A natureza é como os homens:

Irresponsável.


Porque permitir ao céu

Bombear tamanha tromba d’água?


Com tal força jorrar

Serrana área do Rio...


Quisesse bem aos homens,

Que, por necessidade ou ganância,


Nas encostas dos morros,

Nas várzeas dos rios,


Fincaram os pés.

Pés, que, hoje,

Deitados e juntos,


Multiplicam centenas em covas desconhecidas.

Quisesse bem aos homens,

Não permitiria ao barro soterrar crianças,

Nem deslizar lágrimas na face querida.

Mas, a mãe natureza, é como os homens,

Não importa o tempo:

Sempre há de resistir o invasor.


Estou passado no sofá televisivo.

Depois da estranha ocasião,

Revoada de pensamentos insurgem.

A calcinha de rendas negras perfumadas,

Guardo sob o travesseiro.

O cem reais continua no criado mudo.

Pago meu cartão de crédito de forma honesta!

No vitrô da pia alongo meus olhos.

Faço suco.

Misturo vodka.

Em tua casa. Esta hora?

Com estará vestida?

Teu marido me incomoda!