domingo, 17 de outubro de 2010

Binho na oficina do mestre Marcelino

Está indo pra lá de seis anos o Sarau do Binho. Onde a poesia, o debate, o arrojo de ideias e arte, no Campo Limpo fizeram morada.

Nossa amizade vem de antes. Lembro de quando o revi, pela primeira vez, depois de sua viagem à Europa. Faz tempo.

Montou uma lanchonete em frente ao Colégio Kennedy, cuja especialidade eram pasteis. Na década de 80, creio. Recheio sem miséria e atendimento. Logo ganhou público e destaque na quebrada.

Num sábado fui com a patroa em busca da iguaria e o encontro circulando entre a frequencia. Sempre inventivo. Enormes seios de borracha sobre o avental.

Tremenda humana figura, o poeta Binho.

Hoje, em outro local, ao lado da Uniban, a qualidade do pior pastel de São Paulo permanece. Melhorou. É onde às segundas-feiras acontece o recheado sarau.

E ele nos dá o prazer da companhia na oficina do mestre Marcelino Freire, nas tardes de sábado.

Seguem os exercícios que estão compondo nosso ecológico livro .

Poesia, o Binho, e a nossa companhia.

Exercício: Eu me lembro de uma língua

Uma língua me levantou, uma língua naativa, uma língua babosa, de movimentos incontroláveis, de um vai e sobe de um desce e vem , nessa tarde gostosa , Olhei para os lados, pro céu, ninguém se metendo, ainda, Ela muito à vontade na lambeção, eu todo mole e muito duro por debaixo dos panos, ela de quatro ,como de costume, com muito leite pra derramar,
Por algum motivo ela apartada dos seus. E a cerca entre nós, sim havia uma cerca entre nós, talvez mais de uma.


Exercício: Microcontos

colocou grade em tudo
trancou portas e janelas
só esqueceu de desligar a TV

CRIMINHO

o tiro pegou quase de raspão
se não fosse o quase
inda taría vivo


Oficina de Criação Literária com o escritor Marcelino Freire

Apoio:

Instituto Artemanha de Teatro

Estrada do Campo Limpo, 2706 - Campo Limpo


Organização:

Projeto Mapa da Poesia/Poiesis
Fone: 3331-5549

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