sábado, 16 de outubro de 2010

Marco Pezão na oficina do mestre Marcelino

Em nosso segundo encontro, sábado, 9, no Instituto Artemanha de Teatro, Campo Limpo, cada qual leu os exercícios propostos na aula anterior.

Ficou combinado que todos devem enviar seus trabalhos para serem publicados e arquivados aqui no blog, o que vai falicitar a hora de montar nosso livro ecológico.

Até agora, Priscila Preta, Flávia de Lima, além deste, cumpriram a conversa.

O mestre Marcelino Freire retorna no dia 23, sábado, das 14h às 18horas, e quem chegar no horário ganha um pirulito.

A lição de casa que devemos entregar diz respeito a uma relação de cinco coisas que costumamos esconder.

O exercício pode ser escrito em forma de microconto.

Hoje, sábado, das 14 às 18 horas, a poeta e pintora Lucia, do Projeto Dulcinéia Catadora, irá mostrar como fazer a capa do nosso livro ecológico.

Exercício da 1ª aula da oficina do escritor Marcelino Freire.

Eu me lembro de um adeus

Asilo. Exílio. Seis pessoas à minha frente. Longo corredor. Portas abertas, pessoas aguardam.

Estou eleição abandonada. Na vez de entrar na sala de aula. Fiscal ereto guarda passagem.

Policial chega na postura. Outro atrás. Intimida privilégio. Fica entre nós, no vão.

Não cedo.

Não vem de cedo o temor. A farda persiste em direção ao mesário.

Levo, na mão suada, a cola. Atmosfera.

Um peso!

Malgrado. Tento, dele, me desfazer.

Corcunda oriunda de abstrato peso.

Milhares de santinhos sem crédito são pisoteados nas ruas.

Crença umedecida e pegajosa adere meus pés. Hesito permanência.

O céu choreia deveres patrióticos. Sinistra marcha, minha.

Estou eleição abandonada. Prestes a levar um tiro.

Resoluto. Tiro, hoje, o cangaço!

Espectral escrutino tecnológico. Lógico.

Em riste, dedo!

Incômodo cômodo vazio. A cola em branco.

O meu dever. O meu dever é não dever nada a ninguém!

Luto. Exaspero. Nada mais espero.

Nego-me olhar a tela e confirmo luto.

Anulo-me, dói-me, e sorrio bons dias.

Aliviado! São!

Saio e deixo a urna.

À urna, à urna, à urna, o morto.

Adeus!

Exercício de microconto

TERMINAL DO CAMPO LIMPO

Cresce pra trás. Anda de lado a meio passo.



Marca distância à frente. Marche!

Engate de marcha.



Paciência, muita!!!



ÔNIBUS LOTADO

- O homem é gordo demais!
- Não passa na catraca!
- Tem que descer pela porta da frente!

- Agora enfezou! Nem pra baixo nem pra riba!


AGLOMERAÇÃO DE CURIOSOS

- Sai de cima que o defunto vai ficar sem ar!


PASSAGEIRO SESSENTÃO

No ônibus, quando uma mulher cruzava as pernas e
os joelhos ficavam à mostra...

Oh, joelhos!

AMADA NEGRITUDE

Mulher da cor das asas da graúna

vivência nos uma

em vôo maior

REPARTIÇÃO PÚBLICA

Sepulcro fundo funcionários rasos.


Oficina de Criação Literária com o escritor Marcelino Freire

Apoio:

Instituto Artemanha de Teatro
Estrada do Campo Limpo, 2706 - Campo Limpo

Organização:

Projeto Mapa da Poesia/Poiesis
Fone: 3331-5549

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