domingo, 12 de setembro de 2010

O padrasto

Ressoa soalho
Arrastado movimento
Circular ao eixo só

Causticante retorno
Fardo novo antecede
Atado passo a girar

Hilário silêncio
Faz-se horas a fio
Monótono circuito

Ai! Convívio castigo
Desertas palavras
Paciente volver

Um agente aflora
Últimos pingos de calmaria
Explodem sede em questionar

A boca treme
Os lábios fremem
Enjaulada voz

- Mãe! Porque eu ando em círculo?

Da poltrona às costas,
Austero, o padrasto espeta:

- Quieto menino senão te prego o outro pé!

Marco Pezão

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