segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Episódio 5

Desgastado. Amargo aviso prévio.

Não sabes. Não vou te contar. Nem tenho coragem.

Depois de todo glamour da empresa, meu empenho,

Os objetivos conquistados no derradeiro ano foram em vão.

São Paulo cria e desfaz sonhos num instante.

Entre cobertas, desempregado, quase

Adormecido, sofro tua ausência.

É madrugada e o fio gélido quente

Percorre minhas costas descobertas.

Tênue luz. Um vulto de seios macios

Sobre o meu peito escorre lânguido.

Bálsamo conhecido entorpece

Penetrante galope ao amanhecer incerto.

Acordo só.

A volúpia, como veio, partiu e deixou mostras no lençol.

No tapete, ao lado da cama, íntima peça esquecida ou deixada a propósito?

É praxe da noturna invasora domiciliar?

Cheiro o troféu perfumado e reflito:

A nota de cem reais sob o despertador, no criado mudo, é novidade.

E mistério. Aliás, o que te envolve é novidade e mistério.

Acaso pensa que sou teu prostituto?

Como entrou em casa, se não te dei a chave?

2 comentários:

  1. Querido amigo, estou contigo pro que der e vier. Não estaremos contidos pelo sistema que nunca nos favorece e não será através de preces que conquistaremos nossos objetivos.

    Um abraço carinhoso de quem muito te admira e espero vê-lo em breve!

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  2. Idem a Donna Traça Camila.

    Tâmu junto!

    Bj

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