segunda-feira, 11 de abril de 2011

Massacre



Marco Pezão


Manchetes diárias do caso. 12 crianças mortas, outras tantas feridas. Feridas jamais esquecidas por aqueles que realmente sentem a dor da perda.


“Se matamos uma só pessoa somos assassinos. Se matamos milhões de pessoas celebram-nos como herois. Felicitam-se os que inventam bombas para matar mulheres e crianças. Só se consegue ter êxito neste mundo fazendo as coisas em grande escala”, grande Chaplim.


Entre nós, a violência sofrida pelos “brasileirinhos”, no dia a dia, tornou-se algo corriqueiro. Esta, nada ou pouco, chama atenção da mídia. A mídia televisiva, pra sua satisfação, explora banho de sangue à última gota.


O abominável episódio de Realengo é apenas mais uma página a ser virada. Na periferia, dizia um personagem: a gente esquece uma morte noutra que já chegou.


O fato vem sendo desenhado há muito tempo. Os baixos salários dos professores. Salas de aulas superlotadas. Vagas insuficientes. Falta de motivação e expectativa dos estudantes, além da precariedade de transportes, etc, etc..., isso não é violência? No caso do Rio, a violência atingiu seu clímax.


Disciplina e respeito se adquire no convívio. É moeda de troca. Mas o poder absoluto emanado de governos demagogicamente democráticos impede relações justas de competitividade.


A atrocidade praticada pelo tal é resultado de uma política social nefasta exercida por quem elegemos para serem nossos representantes na busca de uma vida digna.


O tal foi pro saco. As crianças pros túmulos. Por favor, não venham querer me convencer que o imperdoável ato tem, por fundo, responsabilidade de seita ou religião que eventualmente o sujeito seguia.


A triste cena é, sim, fruto da explorada mesmice enraizada em solo brasileiro desde seu princípio. “O homem que nesta terra é tratado como fera, há de ser fera”, né Augusto?


Demagogia. Demagógicas condolências. Políticos e seus partidos devem ser eleitos. Eleitos, sim, nossos inimigos. Afinal, pra que precisamos de políticos?


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