
Fuga frenética. O indulto ao volante roubado fere as ruas da Barra Funda e região. Espalha perigosas manobras. Perseguição terra ar.
Bate e empurra traseira de outro carro forçando passagem. Não deu. Deu tresloucada marcha ré. Três motos arrastadas, destroçadas. Policiais saltam do apuro, antes. Salvam-se por pouco.
Acuado, o bicho ao volante engasga saída. Cercado. Engatilhados gatilhos tiros.
O olho da tela narra:
- Tem que matar. Tem que matar. É contra meus princípios. Sou contra matar! Mas tem que matar esse marginal! O carro é uma arma. Ele tentou assassinar os policiais. O revide é necessário. Vai morrer! Vai morrer! Ao vivo. Exclusivo. Tem que matar esse bandido!
O baleado deu sorte. Dessa, escapou à morte. O fato noticia trânsito medonho.
Ladeado em quilômetros. Nariz entupido. Escapamentos buzinam impaciência.
A Casa do Mário nos aguarda.

Hoje o professor e poeta Marcelo Tápia faz a visita.
Pra todos foi complicado chegar, mas iniciamos a conversa.
Os declamadores se tornaram ouvintes. O visitante abre a mala. A literatura povoa a sala. A sala na casa do Mário de Andrade, onde tantas vezes filtrou o Modernismo.

O professor Marcelo esmiúça simplicidade ao tema. Bebemos sumo.
A nova criação poética surgindo. Os motivos. Os efeitos da revolução industrial. A Europa em futurismo. A máquina. O motor. A velocidade. O passado jaz.
Em São Paulo, abraçados, o simbolismo e o parnasianismo não mais enlaçam. Esvoaça insatisfação.

A forma. Linhas impostas. O recheio não mais satisfaz.
É o ferro. O aço. A forja. A prensa. A inventividade. O nacionalismo crescente. Síntese: ação e transformação.
E o Marcelo Tápia conta viagem da pintora Anita Malfatti, à Europa, e seu retorno trazendo contornos de outros traços tingidos em novas cores. O Fovismo.

A Semana da Arte Moderna, em 1922, foi o marco.
Tivemos, na sexta-feira, mais de duas horas de informações esplanadas na ideia e na imagem.
Mário de Andrade sentiu-se em casa. Oswald tomou café. E o mestre enfatizou a participação de Guilherme de Almeida, um dos mais produtivos modernistas.

O verso quebrado, o ritmo, o som. O espaço tempo, quarta dimensão. Nada existe. Tudo acontece. É ação. A palavra em ação. Livre.
Melhor assim, sem enganjamentos. Aprisionamentos. Oração liberta, em cada um.
E, no diálogo, a realidade atual. Os saraus. O paulistano movimento da poesia escrita e falada ascende da periferia e ilumina tantas fogueiras.

E defecar nossa brasilidade globalizada.Verso bala, ponta de fecha. Apreender, cortar, refazer e refazer bem feito. Reinventar.
Quem quis ver, viu mais.
O apetite do poeta Marcelo Tápia contagia. Valeu!
Aos que não puderam chegar, sentimos. Aos que compartilharam, curtimos.
Até a próxima e salamaleque pra todos nós!

Rua Lopes Chaves, 546. Barra Funda.
(Próximo à estação Marechal do Metrô)
2ª sexta-feira de cada mês.
Apresentação: Marco Pezão e Lids.
Organização: Mapa da Poesia/Poiesis
Informações, 3331-5549, com Cris, Lids ou Marco Pezão
É só chegar pra ser bem-vindo!
PEZÃÃÃÃOOOO!!!!
ResponderExcluirNão é na última, é na SEGUNDA sexta do mês!!!!
Melhor ainda é sentir o prazer de quem tem prazer em repartir saberes&sabores da poesia. Marcelo Tapia, passaríamos a noite ouvivendo 1922. E hoje o que todas as periferias urram de escritos, dizendo: - é difícil poetar nos dias atuais, talvez não tenham idéia da revolução de 22 e que estão fazendo a evolução da poesia do século XXI.
ResponderExcluirValew por esse dia.
Maravilhaaaaaa